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Ciclismo na noite de Salvador

ESPORTES Carros e mais carros, ônibus, motociclistas apressados, pedestres. Pedalar no trânsito parece impossível para muitos, principalmente para quem mora em uma cidade como Salvador. E por que tem aumentado o número de ciclistas nas ruas?

Hoje, a bicicleta é um dos veículos mais populares do mundo em razão de uma feliz combinação entre eficiência, simplicidade, baixo custo operacional e versatilidade. Esses fatores proporcionam às pessoas uma atividade física saudável, podendo, ser, a bicicleta, um meio de transporte, de lazer ou de esporte.

Pedalar é uma forma de manter a saúde não apenas física, afinal, depois daquele dia cheio de compromissos, subir na “magrela” e curtir um passeio na cidade é uma forma de relaxar e esquecer um pouco dos problemas. Em contramão, frequentemente os veículos de comunicação vêm noticiando acidentes envolvendo ciclistas, geralmente por falhas do próprio ciclista, como: perda de controle, inexperiência, realização de acrobacias e alta velocidade, falha do motorista de outro veículo envolvido, ambientes perigosos (obstáculos, cascalho na pista) e problemas mecânicos na bicicleta.

Infelizmente, nem todos respeitam a bicicleta como veículo que tem o direito de transitar na cidade, mas os motoristas tendem a respeitar mais os ciclistas que estão pedalando em grupo. Está crescendo a quantidade de ciclistas nas ruas de Salvador, desse modo cresce também os grupos de ciclismo na cidade, principalmente no período da noite, quando a quantidade de carros diminui nas ruas e, por consequência, sobra mais espaço para pedalar. Há dez anos existiam apenas seis equipes na cidade, hoje são mais de 40.

Grupo Pedal da Vila (Foto: Reprodução Facebook) Numa saída de casa para pedalar com dois parentes foi que surgiu o grupo Pedal da Vila, do bairro de Vila Laura, em Salvador. Hélder Guido, 32, conhecido como Hélder Ciclismo, é o coordenador e fundador do grupo que surgiu no dia 14 de abril de 2014. O ciclista afirma que, aproximadamente, 95% dos ciclistas da região do bairro de Brotas começaram pelo Pedal da Vila, fazendo com que muitos participantes dessem os primeiros passos na prática do ciclismo. O Pedal da Vila tem como objetivo incentivar ao cicloturismo, para conhecer culturas novas junto com a bike. Cerca de 70 ciclistas, acompanhados por um carro de apoio, pedalam todas as segundas e quartas-feiras a partir das 20h, antenados às sinalizações e nos valores que os ciclistas devem ter em meio ao trânsito.

Heider conta as dificuldades nas ciclovias da cidade: “Falta segurança, ciclovias mais estruturadas, mas aos poucos está melhorando. Porém, não fácil sair de casa pedalando, é arriscado e a pessoa tem que saber as regras dos ciclistas em meio ao trânsito”.

Grupo Pedal da Vila (Foto: Reprodução Facebook) Já a Comunidade Amigos de Bike, criada por Lúcia Saraiva, 55, há dez anos vem interagindo e organizando eventos confraternizantes, além de potencializar a Integração Social a “Cultura Verde”, pois não polui o meio ambiente.

As pedaladas dos Amigos de Bike são todas as terças-feiras, com saída na antiga Sede de Praia do Bahia, na Boca do Rio. Para Lúcia, a implantação de campanha maciça de “educação no trânsito” é o primeiro passo para muitos motoristas. “Quem comanda a vida dos ciclistas são os motoristas de ônibus, de táxi e de carros particulares. A morte de ciclistas indo para o trabalho é maior do que mostram nas estatísticas”, reclama.

Andar de bicicleta não é uma escolha individual, é uma escolha social – ela é feita em outro lugar, por sistemas complexos, sobrepostos tornando-se a maneira sensata, lógica, racional, e agradável de se locomover.

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