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Conheça a História do EC Ypiranga, "O Mais Querido"

  • Bruno Ganem
  • 18 de out. de 2015
  • 5 min de leitura

ESPORTES


O Começo:


No dia 7 de setembro de 1906, o Sport Club Sete de Setembro, time de futebol conhecido por dar espaço e abrigar jovens humildes e excluídos de Salvador, precisou trocar de nome para se adequar ao momento do país. Nasceu então o “Sport Club Ypiranga”, o “mais querido” da Bahia.


Devido ao fato da equipe ter uma história que se relaciona com a independência do Brasil, os dirigentes da época decidiram então alterar o nome para “Esporte Clube Ypiranga”. Essa alteração foi feita com o objetivo de aproximar ainda mais a instituição com a independência do país. Além disso, o nome mais “abrasileirado” e os elementos sociais ao redor ajudaram o clube a construir uma relação cada vez mais íntima com o soteropolitano, incluindo, inclusive, os não torcedores do clube.


Títulos:


O futebol baiano praticado nos anos 20 tinha uma característica marcante e que até hoje é lembrada com muito saudosismo, que era a quantidade de boas equipes que atuavam no estado. Clubes como Galícia, Botafogo, Fluminense de Feira, Leônico e Vitória possuíam boas estruturas e grandes torcidas. Foi nessa época que o Ypiranga viveu o seu principal momento, ganhando sete campeonatos estaduais e três torneios inícios.


Entre os anos 30 e 50, o Ypiranga continuou vivendo grandes momentos, a conquista de mais três Campeonatos Baianos e quatro Torneios Início assegurou o clube como referência quando se falava de futebol no estado. E a conquista da Copa Norte/Nordeste de 1951 em cima do Remo, do Pará, elevou o Ypiranga a outro patamar, sendo considerado na época um dos maiores times do Brasil.

Quando vivia seu auge estrutural e técnico, o Ypiranga não pôde comparar forças com as equipes do sul e sudeste pela falta de competições a nível nacional. Anos depois, quando a Taça Brasil (Campeonato Brasileiro) foi criada pela Confederação Brasileira de Desportos (CBD), o “mais querido” não pode participar devido à crise administrativa e financeira que se instalou no clube, e mesmo com esses problemas de gestão, o clube ainda venceu o Torneio Início de 1963. Encerrando o ciclo vitorioso.


O ápice da crise:


Nos anos 70, o Ypiranga até tentou esboçar uma reação, mas as quedas consecutivas para a segunda divisão do baiano e a perda de representatividade levaram a equipe quase que ao ostracismo. Até a conquista dos dois estaduais da série B não serviram para melhorar a autoestima do torcedor e do clube.


Muitos torcedores aurinegros alegam que perda de território do Ypiranga, Galícia, Botafogo, Vitória e alguns outros clubes do estado coincidiu com a ascensão meteórica do EC Bahia. Vários ainda comentam que o apoio dado ao tricolor de aço contribuiu para o descenso dessas equipes. Por isso dizem que o futebol baiano desde então não foi mais o mesmo.


Portanto, vamos aos dados estatísticos: o Bahia ganhou 10 baianos entre 1931 e 1947, enquanto o Ypiranga conquistou 10 em 36 anos. O Vitória, que ganhava o campeonato de forma esporádica, alcançou a décima conquista estadual apenas em 1985, 86 anos após sua fundação.


Mesmo sendo uma das principais equipes baianas, o Fluminense de Feira e o Galícia só conseguiram ganhar seus títulos baianos após a fundação do Bahia. Já o Botafogo e o Ypiranga, principais forças do estado na época, juntamente com o tricolor, caíram gradativamente de qualidade, apenas conquistando títulos esporádicos e sumindo de vez nos anos 60. Além disso, várias outras equipes surgiram e desapareceram, o Santos Dumont, República e o AAB são alguns exemplos.


Nos anos 80 e 90, o Vitória passou a dominar o certame, alcançando o 26° título em 2010. O último triunfo de uma equipe soteropolitana sem ser a dupla BaxVi foi do Galícia em 1968, desde então apenas em três edições o troféu ficou com clubes fora de Salvador. Conclui-se então, que o único período de real equilíbrio no futebol baiano foi entre 1905 e 1920, quando onze equipes diferentes conquistaram o estadual. Até começar o domínio do Ypiranga na década de 20, e depois, do Bahia e Vitória.


Rivalidade


O grande rival do Ypiranga é o Galícia Esporte Clube, quando os dois se enfrentam, chamam a partida de “O clássico de ouro”. Ao todo, foram 141 partidas, com 59 vitórias do azulino e 45 do “mais querido”, além de 37 empates. A última partida entre os dois foi no estádio de Pituaçu em 2013, o Aurinegro venceu por 3x0 e ainda teve um fato inédito: foi a única partida da segunda divisão a ser transmitida ao vivo, o site Ibahia.com exibiu a partida gratuitamente.

Nesse ano, um grupo de jornalistas se reuniram de várias partes do país e resolveram eleger os principais clássicos do Nordeste, o clássico de ouro se mostrou presente, ficando na 22° colocação, se tornando, então o 3° clássico do estado, perdendo para Bahia de Feira x Flu de Feira (21°) e Bahia e Vitória (1°).


Torcida


O Ypiranga possui atualmente duas torcidas organizadas, a fúria Aurinegra e a Jovem Canário, ambas sempre presente nos jogos do clube, tanto dentro, quanto fora de casa.

Também, muitos torcedores da dupla BaxVi nutrem um carinho gigantesco pelo clube, inclusive, muitos vão aos jogos apoiar o Ypiranga.​


Torcedores ilustres


O Ypiranga era o clube do coração de grandes figuras baianas, Jorge Amado, João Ubaldo Ribeiro e Irmã Dulce eram alguns desses torcedores. Inclusive, o clube faz sempre questão de salientar isso e constantemente realiza homenagens para esses torcedores ilustres que mostraram amor pelo time.​


A Era Emerson Ferreti


O processo de reconstrução do Ypiranga foi iniciado por Valdemar Filho em 2010, em seguida, Emerson Ferreti, ex-goleiro do Bahia e Vitória assumiu o posto de presidente do clube, de cara, o objetivo foi logo traçado, voltar para a divisão de elite do estadual e recolocar o time no seu devido lugar.


Ainda no início do mandato, o clube iniciou a recuperação das divisões de base e da sede do clube, na Vila Canária. Outra característica que essa gestão adquiriu foi a de trazer jogadores consagrados aqui na Bahia, Marcelo Ramos, Nadson e Índio foram alguns dos contratados. Além disso, o clube adotou o estádio de Pituaçu como casa. Outro fato inédito foi em relação aos patrocínios adquiridos, depois de muito tempo voltaram a investir no clube, o que possibilitou a quitação de algumas dívidas, algumas dos anos 70, inclusive.


Em 2013, o clube se reformulou administrativamente trazendo diretores renomados, como Ricardo Maracajá, Ricardo Lima e Fernando Santos, visando exclusivamente a captação de caixa e expansão da marca.

Polêmica de 2012


Após completar 106 anos de história, o Ypiranga foi disputar novamente a segunda divisão, dessa vez, com um elenco competitivo e o clube administrativamente em plena ascensão, o resultado não poderia ter sido outro, o aurinegro fez a melhor campanha da competição, com isso, o time teve que decidir a vaga de acesso nas semifinais contra a Jacuipense, o clube poderia obter dois resultados positivos iguais (vitória e empate) que o acesso ainda era do clube de Salvador.


O primeiro jogo aconteceu na casa do adversário, em Riachão do Jacuípe, o resultado de 2x2 foi excelente para o mais querido, que precisava apenas de mais um empate em Pituaçu.


No jogo de volta, a marca incrível de cinco mil torcedores presentes no estádio metropolitano de Pituaçu foi a maior do clube nos últimos tempos, mas o resultado de 1x4 para a Jacuipense até hoje não foi digerido pelos torcedores, principalmente pelo fato do jogo ter ido para o intervalo com o placar de 1x1.

Futuro


Para os próximos anos, a equipe vislumbra finalmente ter o CT da Vila Canária e voltar para a série A do Baiano, sem esquecer, claro de buscar mais patrocínios. Além disso, a melhora da campanha neste ano (2015, 5° lugar) em relação a 2013 e 2014, onde a equipe ficou com o 7° lugar, serve como incentivo para que o próximo ano seja bem melhor para a equipe.

 
 
 
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