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Tecido acrobático na conexão mente-corpo

CULTURA


Tecido acrobático, aéreo ou circense, dança aérea ou acrobática, essas são as diversas denominações dessa modalidade aérea circense a qual não se sabe ao certo onde foi criada, nem quem a inventou. Existem várias hipóteses sobre sua origem, porém nenhuma delas se confirma. Suas práticas aderidas além das lonas de circos, como em teatros, escolas de ballet, estúdios de pilates, estabelecimentos de entretenimento, dentre outros, transforma e alterna a execução de seus movimentos. Diversificando assim, a maneira de se prender ao tecido. O material utilizado nessa técnica é chamado de liganet, é elástico e resistente suportando a queda em até o quíntuplo do peso da pessoa e proporcionando leveza e flexibilidade, sendo a poliamida sua principal composição.


Aline Amado, educadora-artista, arquiteta e urbanista não atuante, licenciada em Dança pela UFBA, atualmente mestranda em pesquisa sobre o tema Tecido Acrobático, é praticante e professora dessa modalidade circense no Centro Cultural Fusion, localizado na Rua do Bispo no Pelourinho. Um casarão onde também é um albergue, local que transborda arte por todos os seus cantos, tornando sua atmosfera acolhedora, descontraída e encantadora.


O primeiro contato da professora de tecido com a prática deu-se quando ainda estava em seu terceiro ano de colégio, participando de uma oficina de ballet aéreo. Após esse momento já na universidade iniciou as aulas em Salvador, pelo período de dois anos envolvendo-se cada vez mais. Em outras ocasiões esteve em contato com diferentes equipamentos de circo, como a lira que é um arco aéreo, também se aventurou no malabares e na pirofagia. Inserida em outras vertentes circenses, Aline pode perceber que o tecido era o que mais a instigava.



Há quase cinco anos a artista educadora ministra aulas em Salvador. As turmas são no máximo de dez alunos, misturadas entre iniciantes e veteranos, onde todos compartilham, se ajudam e estimulam, mas para cada nível é ensinado o que se cabe. Prevalecendo as mulheres nas aulas, a presença de homens ainda é uma minoria. A instrutora cita que acidentes nunca aconteceram, apenas erros de trajeto como um nó, um machucado leve, entretanto, há um cuidado com os que ali estão presentes, na supervisão, estrutura segura e constante utilização de colchões.


Seus alunos são de perfis diversificados e abertos a abraçar o ambiente que se inserem, proporcionando trabalhar nas aulas outras linguagens corporais, aquecimentos que introduzam o trabalho com as limitações de cada um, como os bloqueios e o medo, incentivando a autoestima e autoconfiança. O que resulta na integração entre o aquecimento com o tecido e o alongamento. O condicionamento físico se adquire na própria aula que tem duração de duas horas, portanto não é considerado um empecilho para realizá-la.


Amado ressalta: “Estar disponível fora dos padrões comuns ao bípede, não se relaciona apenas na operacionalização da técnica de tecido e sim a outro modo de conhecer-se corpo em suspensão”. Estar de cabeça para baixo, nem sempre significa estar confortável, porém aqui, o convite ao risco e a experimentar abre possibilidades do conhecer-se corporalmente, em outra configuração, ou seja, fora do corpo cotidiano, a partir do corpo que se faz no tecido e que só nele aparece.


Douglas Rodrigues, 22 anos, estudante de Letras da UFBA e Dança da FUNCEB, é praticante de tecido aéreo há um ano. Rodrigues compartilha o que o tecido representa para ele: “Comecei a notar diversas coisas que antes passavam despercebidas, como o fato de que a minha relação com o tecido é um reflexo da minha relação comigo mesmo. Sem saber, iniciei um processo terapêutico onde visitei inúmeros conflitos meus e comecei a resolvê-los.”.

Aline Amado e seus quadros na exposição “De Tudo que se Pode Ter-Sido”


Nesse mês de outubro está em cartaz no Teatro Gamboa a exposição: “De Tudo que se Pode Ter-Sido”, com os desenhos da artista Aline Amado. As obras retratam a combinação do seu amor pelo desenho e tecido acrobático e a relação dos mesmos por si só. A entrada é gratuita. O horário de funcionamento é de quarta a sábado das 16hs às 20hs e domingos das 15hs às 17hs.


Maiores informações:


Aula de tecido aéreo:

Local: Centro Cultural Fusion, Rua do Bispo, Pelourinho, casarão verde.

Dias das aulas: segundas, quartas, sextas e sábados das 14hs às 16hs.

Professora: Aline Amado.

Contatos: (71) 8876-7277 (tim), e-mail: amado.aline@gmail.com

Facebook: www.facebook.com/tecidosalvador

Blog: http://alineamado.wix.com/tecido

Agenda sobre a exposição: http://www.teatrogamboanova.com.br/agenda

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