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Crise econômica nos shoppings, de quem é a culpa?

CIDADE

Shopping da Bahia

Não é nenhuma novidade que o Brasil está vivendo uma crise política e econômica sem precedentes, o corte de custos e a readaptação financeira se tornaram algo necessário. Com isso, todo o sistema foi abalado e o país entrou em recessão. Como já era de se esperar, as demissões em massa e a impossibilidade de contratação de novos funcionários se tornou uma infeliz realidade.


Nos shoppings centers, o cenário consegue ser ainda pior: a queda brusca de vendas aliada ao comércio popular, juntamente com as lojas online, contribuíram para a crise no setor. Para piorar a situação, a cobrança dos estacionamentos afugentou ainda mais o consumidor, que está pensando diversas vezes antes de ir ao shopping, diminuindo o fluxo de pessoas.

Para a gerente de uma loja de grife do Shopping da Bahia, Mariana Cibele, 31, a crise abalou muito o comércio: “Todos nós, que trabalhamos no varejo estamos preocupados, principalmente por causa de 2016, onde não há nenhuma previsão de melhora nas vendas”. Mariana ainda enfatiza que os clientes que antes compravam muito, hoje já não compram mais. Quando o assunto é estacionamento, a gerente é concisa: “Para as lojas de roupa não houve nenhuma influência, mas para as empresas da praça de alimentação sim, pois muitas vezes o cliente ia só para comer e com a cobrança ele acaba indo para um restaurante ou lanchonete de rua”, finaliza.


O empresário P.N*. é dono de duas lojas, uma no Shopping da Bahia e outra no Shopping Barra, e se mostra bastante preocupado com o futuro do mercado varejista: “A culpa da crise é da má administração dos nossos governantes, o resultado disso tudo está aí, os corredores estão vazios”. Ao ser perguntado sobre o apoio dos shoppings em relação às lojas ele diz: “Eles promovem diversas ações, mas não ajuda em muita coisa, o apoio poderia vir de outra forma, como a redução do aluguel, facilitação de alguns serviços, como estacionamentos ou acessos de nós funcionários, pois de certa forma também sou um”.

Uma das alternativas encontradas pelos shoppings para atrair pessoas foi a utilização de áreas comuns para exposições, shows, presença vip de famosos e feiras. Além disso, sorteios de carros e de vales para o consumo no local se tornaram cada vez mais frequentes. Procuramos o setor de marketing dos Shoppings Lapa, Salvador, Paralela e da Bahia, para saber das medidas que estão sendo tomadas para amenizar a crise, mas não obtivemos nenhum retorno.


A visão de quem está do outro lado do varejo, o consumidor, é divergente. O estudante universitário Luís Carlos, 22, analisa que os shoppings continuam cheios, principalmente nos finais de semana: “não acho que exista realmente uma crise, as pessoas só estão economizando e gastando com coisas mais importantes, como comida, água e luz, ou seja, o dinheiro está sendo gasto com necessidades”, conclui. Já um grupo de amigos presente no Shopping da Bahia, ao serem perguntados, ocorreu uma unanimidade: todos culparam a presidenta e aos empresários donos das lojas, “A crise existe porque temos a opção do comércio de rua e porque também o povo se cansou de pagar caro pelas roupas e serviços dos shoppings”.


Andando pelos corredores do shopping mais antigo de Salvador, fica visível na fisionomia dos comerciários a preocupação com o cenário, além disso, o atual momento se tornou bastante propício para a execução de reformas ou ampliações, a Perini e a Bel Salvador são dois bons exemplos. Outra tática que está se tornando comum é a mudança de piso ou alameda, isso ocorre porque que as empresas estão visando se instalarem em um local mais movimentado, a Osklen é uma das que resolveu embarcar nessa estratégia.

O outro fator que nenhum dos entrevistados se lembrou, mas que ao serem indagados concordaram, é em relação ao número de shoppings e centros comerciais que possuem lojas que foram inaugurados de uns anos para cá. O fato de terem descentralizados os clientes e espalhado por toda a cidade atrapalhou bastante o microempresário, que sofre com os impostos e o baixo retorno financeiro, consequentemente, o vendedor também se prejudica, pois não consegue fazer um bom salário. Aparentemente, somente a população se beneficia com isso tudo, pois tem mais opções de lazer e se desloca cada vez menos.


*Informações preservadas.

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